sexta-feira, 29 de junho de 2012

Incomodados: não se acomodem.

O futebol está aí para incomodar. Voltemos ao passado para celebrarmos o jogo apenas pelo jogo, pelo jogado. O que te vem a cabeça? Laranja Mecânica, Brasil de 82, Flamengo de Zico. Chego no presente para perguntar se a Arte, o Encanto e o Espetáculo ainda podem ser encontrados? Alguns podem falar que sim, é óbvio, basta ver o Barcelona de Messi, o Madrid de Cristiano Ronaldo, aqui, mais próximo, o Santos de Neymar. Por mais que respeite, digo que este papo já ficou no passado.

Passado recente, até porque seria redundância da minha parte vangloriar estes craques e melhores do mundo atualmente. Mas o futebol hoje é o seguinte: enquanto o Santos e o Barcelona davam shows em terras distintas do planeta em 2011, o espetáculo ganhava jogo, ganhava título, ganhava Libertadores, ganhava Champions League. Infelizmente os tempos já mudaram e não percebemos.

Barcelona x Chelsea, semifinal da Champions League


Cito o passado como forma de fazê-los pensar como era bom pensar no futebol apenas pelo jogo, pelo bom jogo, pelos lances, pelos gols, pelas tabelas, pelos dribles. Mas o Cruzeiro líder do Brasileiro, o Corinthians prestes a vencer a Libertadores e o Chelsea dono da Europa, dão as cartas e levam o futebol à uma nova era, a era da paciência, da defesa, do desarme, do contra-ataque, do truncado, do estudado, do "competitivo". 

Se no passado era a vez de nos depararmos com poesias relacionadas à arte do futebol, como "Pelé", de José Virgílio Gonçalves, o "Gol", de Ferreira Gullar, ou "O Anjo de Pernas Tortas", de Vinícius de Morais, cabe a nós cultuarmos com outras obras ligadas ao momento atual do futebol, refletidas por exemplo, na obra de Tite, Di Matteo e Celso Roth, autores de obras defensivas, nas quais o futebol futuro deve estudar não para aprimorar ou aperfeiçoar, mas sim, vacinar-se e se tornar imune às retrancas que se consagram campeãs em um esporte que antagoniza com o estilo atual praticado em todo o planeta.

Denílson sendo marcado por quatro turcos, semifinal da Copa de 2002



7 comentários:

  1. Pra mim da mais emoção.... rsrs cada um faz seu jogo, se quiser retranca, vai ter. se for ofensivo, conte com as consequencias tb

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  2. Depois ainda perguntam pq q o Neymar tem q ir pra fora... o cara aprende a jogar lá, brilha na seleçao e ainda serve de exemplo ps caras daqui. o melhor é ele sair, coloquem isso na cabeça de vcs, vai ser melho p td mundo!!!!!

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  3. O esporte, por consequência o futebol, pode ser realizado pela técnica (laranja mecânica de 78, Brasil de 70 e 82, Flamengo de zico, Santos de Pelé, Barcelona de Messi) ou pela força (Alemanha de 78 contra a laranja, Itália de 82, SPFC de 06,07,08 e Chelsea de Drogbá). Os paradigmas do futebol flutuam entre essas duas situações, não há momento atual nem passado. Mas penso que um é o antidoto do outro, afinal, a melhor forma de furar uma boa retranca é com habilidade e de segurar um time habilidoso é uma boa retranca, vide o exemplo Chelsea x Barcelona.

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  4. Acho que o Corinthians ta jogando demaaaaaaaaaaaais!!! Tem nd de retranca nao sai fora =]

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  5. Por isso o futebol é fantástico! temos ciclos vencedores(ou não) interessantes e os exemplos do Flávio são ótimos e acrescento ainda um modelo hibrido Milan dos anos 90, que tinha técnica apurada, Baresi,Gullit, Van Basten e marcação cerrada e dura de Albertini,Costacurta e a Inter de Milão! de Matheus, Klismann.

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  6. Valeu Carlos Eduardo!
    Parabéns pela matéria. Refletir é sempre bom em todos os momentos de nossa vida.
    "Incomodados: não se acomodem." É por esta premissa que há os paradigmas apresentados pelo Flávio. Se atentarmos bem, isto também acontece em todos os demais segmentos, pois não podemos deixar uma hegemonia predominar por muito tempo.
    Isto faz parte da vida. Abs a todos.

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  7. Quando o futebol era arte, a retranca era o melhor remédio. Agora que a arte estava na frente, a retranca voltou a aparecer! Os dois sao opostos e tem q exisitr para fazer o futebol continuar com a graça q lhe é de direito

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